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A leitura atual dos jornais é repleta de artigos com títulos como “investimentos em logística”, “expansão da aviação comercial”, “mobilidade urbana”, “trem bala”, “infraestrutura”, “paradoxos da infraestrutura”, “crescimento econômico comprometido”, entre tantos outros. É perceptível a importância destes temas nos meios de comunicação, bem como para as organizações, em especial, para o desenvolvimento de longo prazo.
Historicamente, o Brasil viveu movimentos de crescimento e redução do seu ciclo econômico, fruto de inúmeros problemas macroeconômicos, mas também, microeconômicos, destacando a sua logística deficiente, sendo evidente que ainda não foi internalizado o “dever de casa” quanto à necessidade por planejamento integrado, envolvendo o governo, demandas empresariais e o bem-estar da sociedade.
Existe um risco sistêmico na economia nacional, dada a sua diversidade, instabilidade e assimetria público-privada, com um planejamento de longo prazo claudicante para os recursos disponíveis. Seria um problema cultural a falta de planejamento? Qual caminho deseja-se para o longo prazo? Qual o melhor modelo que o país deveria seguir para crescer de forma sustentável?
Os limites atuais para o crescimento não estão concentrados somente na política econômica e fiscal, mas relacionados à infraestrutura. Este é o problema central. Vive-se em um país que trabalha duro, seguindo os modelos de mercado, com evolução dos seus indicadores internacionais, mas que precisa caminhar ainda mais rápido.
Atualmente, existem inúmeras circunstâncias a serem analisadas e resolvidas, citando a gestão governamental para o setor de transportes e infraestrutura, com projetos duvidosos, o trem bala (em um momento com inúmeras demandas a serem solucionadas), as condições das estradas, aeroportos, marco regulatório para os portos, ferrovias e maior participação privada nestas questões. Da mesma forma, crescimento econômico é sinônimo direto da capacidade exportadora, algo em dúvida no momento, devido aos problemas citados.
Não é nenhuma novidade a abordagem quanto às demandas do país para o seu sistema de transportes. O que deveria ser espantoso é a velocidade como países concorrentes diretos, como a China, vêm executando em pouco tempo melhorias na mobilidade urbana e um pensamento sustentável de longo prazo, para garantir a sua viabilidade internacional. Logo, em que ponto estaríamos nesta corrida internacional?
Novamente, corre-se o risco de se perder a oportunidade de inserção do Brasil no cenário internacional, devido aos problemas citados, algo registrado no contexto histórico, relembrando décadas passadas de investimentos nos setores siderúrgico, petrolífero e das grandes obras de engenharia civil, mas com amplo descasamento dos movimentos internacionais.
Deve-se pensar sistemicamente e resolver com a máxima urgência as demandas expostas para não se perder a oportunidade do crescimento, devido às próprias fragilidades institucionais nacionais.